domingo, 22 de abril de 2007



Lavadeira

Olimpia Lucena



Olímpia, usando o pastel como técnica e a figura humana como tema, transmite cenas simples do cotidiano que emanam ternura e intimidade trazidos com a linha e com a cor, carregados de poesia e sentimentos. Suas figuras estão sempre concentradas em seus afazeres, absortos numa ação que parece sempre prazerosa onde o trabalho não demonstra ser um fardo, mas um ato que dignifica. Tem uma visão humanista, privilegia como temática a aura exterior, a rua, a feira, afazeres domésticos em cenas que evocam a vida interiorana.
Sua pintura é equilibrada na forma, na cor e no ritmo. A emotividade está no belo e puro colorido, embora contido e controlado. A sua admiração pelos grandes mestres da pintura leva-a a uma pintura disciplinada e a se deter sobre o detalhe. Constroe seu trabalho com desenho firme e cores sutis unido ao uso dos dedos para espalhar o pastel. Usar os dedos para pintar passa a sensação de que a cor brota da própria mão.


Por do sol de Jacaré

Marinez


Marinez tem afinidade pelo impressionismo e seus mestres. Da técnica impressionista utiliza justaposições de pequenas pinceladas com cores complementares, valoriza a luz e as sombras, criando muita vibração em suas configurações esmeradas e cores delineadas. As vibrações de luz celebram a harmonia natural. Sua temática está entre a natureza e as figuras valorizando a paisagem local. A artista vivencia a realidade da natureza com um sentimento de equilíbrio com o mundo a sua volta e um envolvimento emocional com o que pinta, não apenas usando os recursos e objetos de pesquisa.
Tudo lhe fascina na pintura, nas cores, formas, técnicas e estilos. Do impressionismo aprendeu a luminosidade e pureza das cores, mas, continua na procura da criação e invenção próprias. Acredita no processo que envolve a experiência dos outros., na arte duradoura e universal como base para o desenvolvimento da sua arte.


Fátima Queiroga

Para Fátima a paisagem, os objetos e figuras oferecem a interseção de planos e linhas e de cores. É o material de onde abstrai as suas formas. Dessa maneira surgem estruturas que demonstram seu encantamento pela matéria e pela cor. Reduz as tonalidades de sua palheta, ilumina um plano, escurece outro fazendo emergir certa profundidade e um espaço de respirações. Fabrica uma realidade imaginária, usando como tema a natureza, reduzida a cinzas através dos seus troncos de arvores queimadas, falando da paisagem em risco, mas não de uma forma visual da realidade, apenas sugestiva. Registra na tela aquilo com que se depara no cotidiano, de forma fragmentada, no limite da dissolução da imagem. O que resulta na superfície de um tronco queimado é algo sem importância, apenas resíduos, mas no devido contexto da tela carrega-se de sentido e emoção. Ë uma forma de oferecer utilidade estética as coisas e objetos deixados no esquecimento.